SINCOMERCIÁRIOS - Sindicato dos Empregados no Comércio de Jundiaí e Região

// O autoatendimento no comércio e a geração de empregos //

Publicada em 09/02/2023

O autoatendimento no comércio e a geração de empregos

Modelo de compras sem funcionários pode criar novas oportunidades

 

 

Os estabelecimentos comerciais com autoatendimento já são uma realidade em Jundiaí. O novo modelo visa agilizar o atendimento ao cliente, evitando possíveis filas e até permanecer aberto 24 horas. O sistema de vendas e pagamento permite que o consumidor realize suas compras sozinho. Entretanto, toda a evolução tecnológica requer cuidado com as questões sociais. Apesar do progresso que o autoatendimento representa para a nossa região, é imprescindível que as empresas estejam atentas à geração de empregos aliada ao desenvolvimento da nossa economia, já que essa nova forma de consumir elimina a necessidade de contratação dos operadores de caixa, representando risco de aumento do desemprego no setor de comércio, até então estável segundo dados de 2022 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com 2.089 admitidos até o primeiro trimestre.

 

Oportunidade

 

Mas nem tudo está perdido! É preciso ter um novo olhar sobre esse modelo. O autoatendimento pode, sim, representar uma nova oportunidade para os trabalhadores. Basta que sejam criados cargos específicos na área de atendimento ao cliente, otimizando sua experiência no momento da compra. Ou seja, no lugar dos operadores de caixa, poderiam ser admitidos consultores de vendas, funcionários de apoio ao cliente, especialistas em determinados produtos, e daí por diante. É fundamental entender a importância do elemento humano nas relações de consumo, sobretudo sua atuação no momento da compra, uma relação histórica e fundamental desde que as lojas e mercearias eram administradas pelas famílias de tradição comercial em Jundiaí.

 

A modernidade tem trazido inúmeros benefícios para a nossa região, mas uma vantagem não deve anular a outra, nem prejudicar demais esferas, como a social, no caso. Sem empregos, não há consumo, a economia enfraquece e o desenvolvimento humano cai. Portanto, é preciso ter responsabilidade social, principalmente quando o assunto é o progresso.

 

_Milton de Araújo é presidente do Sindicatos dos Comerciários de Jundiaí e Região_