SINCOMERCIÁRIOS - Sindicato dos Empregados no Comércio de Jundiaí e Região

// CPI DA AMERICANAS //

Publicada em 02/10/2023

CPI DA AMERICANAS

A CPI que investigou o rombo bilionário da Americanas aprovou na terça-feira, 26, o relatório do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) com 18 votos a favor e 8 contrários, sem apontar possíveis culpados pelo prejuízo de R$ 20 bilhões na varejista. O relator reconheceu a possível participação da alta administração da empresa, mas afirmou que não havia evidências suficientes para formalizar acusações relacionadas às irregularidades contábeis que ocultaram a perda bilionária. No documento de 353 páginas, o parlamentar afirma que “o conjunto probatório converge para o possível envolvimento de pessoas que integravam o corpo diretivo da companhia (ex-diretores e ex-executivos)”. Mas diz que os elementos colhidos durante os trabalhos da CPI “não se mostraram suficientes para a formação de um juízo de valor seguro o bastante para atribuir a autoria e para fundamentar eventual indiciamento”. A comissão encerrou os trabalhos sem ouvir os três principais acionistas das Americanas, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Com o objetivo de evitar novas fraudes dessa proporção, o relatório inclui pedidos para que o Ministério da Fazenda amplie a quantidade de servidores e o orçamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
 
✅ VOTOS 
 
O texto contou com o voto contrário de partidos com posições políticas antagônicas: PL, PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede. O deputado Mendonça Filho (União-PE) apoiou a decisão do relator, destacando a necessidade de preservar a empresa e os empregos, enquanto as investigações devem ser conduzidas pela Justiça. Os deputados do PSOL Tarcísio Motta (RJ) e Fernanda Melchionna (RS) chegaram a redigir um relatório alternativo que pedia a responsabilização dos três acionistas, bem como de bancos e empresas de auditoria, mas não tiveram sucesso. A deputada gaúcha lamentou o desfecho dos trabalhos da CPI que, segundo ela, foi uma “tentativa de blindar” grandes acionistas e bancos implicados na fraude. “É muita subserviência aos interesses do capital que lesa em bilhões de reais a empresa, quem paga são os trabalhadores, os pequenos acionistas e o povo brasileiro. O mercado de capitais sofreu a maior corrupção de sua história promovida por aqueles que não só deveriam estar indiciados no relatório, deveriam estar presos”, criticou a parlamentar.